sábado, 30 de abril de 2011

O dia em que meu mundo quase parou

O dia 26 de abril tinha tudo para ser um dia comum, como qualquer outro: arrumo o quarto, arrumo a sala ou o banheiro enquanto o PC liga, acesso a internet e leio as notícias do dia, os e-mails e alguns tópicos do orkut.

Minha dor de cabeça começou quando reslvi ler determinado tópico do orkut sobre a campanha de vacinação contra gripe do ano de 2011, que incluía também as gestantes e as crianças entre seis meses e dois anos de vida.
Li que algumas mulheres perderam seus bebês (eles simplesmente vinham a óbito ainda no útero da mãe) por causa da tal vacina.
Por conta disso, comecei a ler artigos sobre as vacinas dos anos anteriores, que não eram indicadas às gestantes por conter um componente que poderiam causar o óbito do bebê, transformando a ex-futura-mamãe em um "túmulo ambulante", como li em alguns sites. E li também que este ano, nenhuma das doses teria esse tal componente do mal.
Cruel? Sim. Pesado? Sim, concordo que parece cruel e pesado ler algo assim, mas foi exatamente o que li depois no mesmo tópico.

A minha GO, médica experiente e competente disse que esta vacina era totalmente segura para as futuras mamães, e confiando nela  e em Deus, que a colocou em meu caminho, eu simplesmente acordei na segunda feira dia 25/04, primeiro dia da campanha, e fui ao posto de saúde para tomar a dose da vacina.

Prosseguindo.
Acompanhando o tal tópico e lendo os relatos que contavam as desgraças de terceiros, logo gelei. Eram coisas do tipo "uma amiga da prima da irmã da vizinha da manicure da depiladora da minha tia descobriu que o bebê dela estava morto dois dias depois de ter tomado a vacina" e eu, com o coração já desesperado, tratei de ler e reler informações sobre essa campanha, para ter certeza de que as doses deste ano seriam realmente seguras.
Não entrei em desespero. Desliguei o computador, tomei um belo banho (chorei um bocado, mas sem perder a pose ¬¬) e resolvi andar um pouco. Fui ao mercado -isso sempre me distrai- e por lá eu resolvi esperar meu marido, que estava pra chegar em casa.
Não contei nada pra ele por telefone, só avise que estava no mercado à sua espera, e mesmo pretendendo chegar em casa, para só depois desabafar, ele percebeu que algo não ia bem. Meu rosto é transparente demais...
Contei o que li, o que estava sentindo e o que não estava sentindo: o bebê mexer. Disse que queria ligar pra minha médica, mas que achava que seria exagero da minha parte, pois as mães de primeira viagem geralmente são acometidas de certo "desespero" que é encarado como normal pelos bons profissionais.

Chegamos em casa, tomei outro banho e deitei, para sentir meu filhotinho se mexer, mas ele se mexia tão fraquinho... minha aflição não diminuía.
Percebi que Rafael estava branco! Meu preto ficou desbotado de preocupação, mas não saiu do meu lado e acabou dizendo "Lidia, liga pra sua médica, vai te acalmar, não é bom que você fique nervosa".

Liguei pra minha médica, relatei o que li e o que estava sentindo -ou não sentindo- e ela tratou de me acalmar dizendo que de fato as pessoas falam muita besteira e que essa história de que a vacina ocasionava a morte intrauterina de bebês não fazia sentido.
Mas que eu poderia -e deveria- passar no consultório se achasse que algo não estava bem, pois ouviríamos os batimentos cardíacos do meu pequeno para me acalmar.
Gaças a Deus não precisei ir.

Nenhum dos dois conseguiu comer direito por causa da preocupação. Se bem que, depois de saber o que eu tinha lido e o que eu estava sentindo, era esperado que ele ficasse meio apavorado.
Correção: eu tive que comer. A gravidez, neste estágio atual dá fome estilo biotônico fontoura.
Na hora de dormir, não conseguíamos pegar no sono sagrado; mas como meu preto acorda cedo todos os dias, dormiu -mal, é claro- vencido pelo cansaço enquanto eu ainda rolei por mais alguns minutos antes de também ser nocauteada pelo cansaço físico somado ao pequeno estresse do dia.
Não preciso dizer que meu preto me ligou umas três vezes durante seu expediente para saber como estávamos, não é mesmo? rsrsrs

Mas tudo "acaba" bem, porque no dia seguinte os movimentos do meu biscoitinho começaram a voltar ao normal: fortes, vigorosos, daqueles que me fazem dizer "ui!". Meu coração só se acalmou quando senti os chutes e socos de sempre, no "colo do útero" e na bexiga. Vai explicar isso?!?

Dois dias depois do ocorrido, tudo voltou ao normal. Meu filhote me chuta, me soca e assim eu fico feliz. Não dizem que o coração tem razões que a própria razão desconhece? Então, é isso mesmo.
Atualmente, durmo e acordo com meu pequeno alguém se mexendo alegremente dentro de mim e agradeço cada vez mais a Deus pela saúde do meu filhote. Já sou mãe, né? E coração de mãe se alegra nesses momentos.

O interessante é que a tal comunidade na qual li essa (des)informação é sobre obstetrícia e ginecologia, e justamente ali, onde poderíamos abter ajuda, li muitas idiotices sobre muitos assuntos ligados ao tema principal; e justamente ali, não tive muito apoio. Só faltou me chamarem de idiota por ter tomado a vacina.
O mais ilógico, é que o assunto do tópico estacionou depois que eu disse que meu bebê e eu estávamos bem. Sinceramente, acho que as pessoas preferem a desgraça, viu? Vão se catar!!!

Entretanto, há alguns detelhes eu deveria ter levado em consideração, mas não consegui raciocinar direito naquele momento, e acho que esse lapso é totalmente desculpável:
- O dia em questão estava frio, não deveria ser novidade pra mim se meu bebê estivesse tirando uma bela soneca... meu marido é filho de baiano e dorme pra caramba, e a mamãe aqui é também um verdadeiro bicho preguiça (lenta quase parando) e nosso bebê, que é nossa soma, não pode ser diferente.
- Eu comi muito chocolate nos dias anteriores, por causa da Páscoa, e é sabido que o bebê fica agitado quando a mãe come chocolate, por isso ele estava tão agitado antes do tal dia;
- Bebês sentem a aflição da mãe e tendem a "sofrer" junto com sua genitora, e como eu estava quase enlouquecendo, meu baby deve ter ficado quieto por causa do que eu senti;
- Estive tremendamente gripada no dia 21/04, quinta feira anterior, fiquei sem conseguir respirar direito, com muita dor de cabeça e no corpo, tossindo e espirrando demais, obrigando meu tesourinho a ficar agitado, e ele deve ter ficado cansadinho, pois a gripe só me largou mesmo na semana seguinte, lá pela quarta feira, que foi quando ele voltou a se mexer com a força de sempre.

O apoio do meu marido foi fundamental nessa hora. E faço questão de dizer que nosso bebê gosta do carinho do pai na barriga -o que é verdade- pois o papai abraça, acaricia e conversa com a barriga, deixando nosso biscoitinho mais agitado.
Papai e mamãe adoram esses momentos, ficando satisfeitos e felizes! ☺
Agradecemos a Deus todos os dias pelo bebê que agora cresce e engorda dentro da mamãe, o bebê que já nos deixa maravilhados, curiosos e ansiosos.

Enfim, com isso, só reforço minha teoria acerca da internet, na qual podemos acessar muitas "inutilidades públicas" que servem apenas para nos desvirtuar da trilha do conhecimento.

"A internet não te deixa mais idiota. Só deixa sua idiotice mais acessível aos outros."

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